Desde que descobri que estava grávida, aos 36 anos, tenho vivido a maternidade de forma descomplicada, evitando me perder em ansiedades ou expectativas exageradas. Mas nem sempre foi assim. Na minha cabeça, esse assunto brotava e sumia com frequência, diante da insegurança em ser mãe.
Sei que isso é uma realidade para muitas mulheres, porque hoje a condição sociocultural influencia diretamente na decisão de ter ou não filhos. A mulher hoje estuda, se especializa, entra no mercado de trabalho, conquista sua independência financeira para depois firmar uma relação e pensar em gravidez.
Sendo aqui mais clara, o que contribuía para as constantes dúvidas era, primeiramente, a minha saúde mental, porque eu me via mergulhada em comportamentos que eu não conseguia superar e sentia dificuldade em organizar minhas prioridades. Em seguida, vinha o receio de não conseguir conciliar gestação e jornada de trabalho, já que eu venho consolidando a minha empresa de comunicação e marketing. Além disso, depois de ter liderado o Resenha Bahia, um site de notícias fundado por minha mãe, e escrito na coluna Fatos&Pitacos do site Bnews, existia o sonho de criar a minha própria plataforma de conteúdo – esta aqui.
Nesse contexto, me encontrava muitas vezes perdida, desmotivada, inconstante.
Bom, quando eu estava prestes a congelar meus óvulos, entrei numa fase de maior tranquilidade, força e também de clareza sobre os meus valores e escolhas. Não atribuo a isso uma causa específica, as coisas foram se organizando gradativamente.
Aí você me pergunta: como, Bruna?
Eu entendo que, primeiramente, Deus estava orquestrando tudo. Eu reservo diariamente um momento de oração, entrego os meus caminhos a Ele, confiando que tudo acontece no seu tempo. É preciso respeitar isso. Em paralelo, esse processo de indefinições significa que, com o passar do tempo, eu também estava me preparando.
Minha jornada de desenvolvimento pessoal, através de anos de terapia, me ajudou a encarar uma possível gravidez com mais autoconhecimento e segurança. Um dos principais pontos trabalhados foi amadurecer, aos poucos, a ideia de reduzir o estresse, optando por uma rotina de trabalho com mais qualidade e menos quantidade, promovendo entregas mais completas e primorosas. Foi aí, por exemplo, que surgiu a ideia de implantar o serviço de full assessoria, no qual eu me dedico ao escopo de trabalho 360 graus para uma cartela menor de clientes, não me limitando apenas à assessoria de imprensa.
Naturalmente, pude me dedicar ao àflordapele, projeto que me conecta à minha essência e me empodera com propósito e conexões maravilhosas a cada conteúdo publicado, a cada entrevista realizada. Confesso que as demais inseguranças foram se desmanchando como um desenrolar natural dessas decisões.
Enfim, a maternidade tem sido um verdadeiro processo de aprendizados e autodescoberta. Sei que desafios virão, mas, por enquanto, sigo curtindo essa fase com o coração leve e cheio de gratidão, sabendo que cada escolha que faço hoje impacta tanto na minha saúde quanto no desenvolvimento do meu Antônio.
Com carinho,
Bru