– Bruna Varjão
Há quase 10 anos, venho ressignificando o autocuidado para evitar mais ansiedade e armadilhas do mercado de bem-estar. Esse processo envolve como me sinto mental, emocional, espiritual e fisicamente. Portanto, falar sobre acesso à saúde, autoconhecimento, fé, rede de apoio, ambiente familiar e profissional, hábitos de consumo – tudo isso passou a fazer parte do meu amadurecimento.
Autoconhecimento
Bom, nesse primeiro momento vou escrever sobre o ponto-chave porque as coisas precisam fluir de dentro para fora.
Minhas sessões de terapia começaram aos 27 anos e se revelaram uma aliada fundamental: trouxeram luz e clareza onde era escuridão e insegurança. Esse foi um importante passo para fazer uma faxina no terreno dos hábitos ruins e cultivar hábitos bons.
Sendo mais clara, eu não tinha disciplina com atividade física, passava muitas madrugadas trabalhando, lidava com a dificuldade em dizer não, preenchia a bancada do banheiro com inúmeros produtos de beleza e me debruçava em conteúdos de todos os tipos. Como não tocar nesses assuntos? Fica fácil enxergar que óleos essenciais, massagens e aulas de yoga não seriam a solução.
Recentemente, li o livro “Essencialismo”, de Greg Mckeown, que traz uma excelente abordagem sobre como equilibrar trabalho e vida pessoal, implementando estratégias para identificar o que é vital e eliminar todo o resto. Isso tem tudo a ver com autocuidado. Quando tentamos abraçar o mundo, realizamos concessões que nos afastam dos nossos objetivos. Se não decidimos onde devemos concentrar nosso tempo e nossa energia, outras pessoas – chefes, colegas, clientes, amigos e até a família – decidem por nós, e logo perdemos de vista tudo o que é importante.
E como não perder de vista tudo o que é importante? É claro que ainda estou no processo. Aliás, o processo é contínuo para todas nós, não é verdade? A realidade é que na terapia comecei a processar os meus valores e entender a importância de mapeá-los. Listo aqui os meus valores essenciais:
- Saúde
- Fé
- Família
- Trabalho e independência financeira
- Alegria de viver
Quando passei a visualizar essa ordem, foi natural implementar uma rotina de autocuidado mais significativa, que me aproxima da minha essência. Hoje, eu entendo que não medito, às 6h, para equilibrar o outro lado da moeda que anda bagunçado. Pelo contrário, meditar é a consequência desse processo de olhar para mim com mais consciência, tranquilidade e amor.