– Thais  Rossi

A advogada Thais Rossi, hoje sócia do escritório Didier, Sodré & Rosa, encontrou no seu apartamento – onde mora sozinha há 2 anos, uma forma de entendimento da vida adulta com mais consciência, liberdade e sossego.

Localizado na Garibaldi, em cima de um morro, o prédio traz uma vista privilegiada de Salvador, motivo pelo qual foi escolhido. “Foi uma decisão de meu pai. Uma parte da vista é voltada para o mar, que sempre foi um lugar de calmaria e acolhimento para nós dois”.

Ela, que nunca foi caseira, hoje se apropria dessa característica e conta que curte cozinhar, receber amigos e beber vinho, sentindo a forte energia que surge na varanda. Com a maturidade, Thais passou a gostar muito da sua própria companhia dentro do espaço que projetou para se acolher.

– A vista

O projeto

A praticidade foi um ponto importante desde a concepção do projeto. Ela e a arquiteta Larissa Gribel trocaram ideias sobre como melhor aproveitar todos os espaços de uma forma que a atendesse em beleza e autenticidade, mas que também fosse funcional e visual. Tudo o que é útil, que pode ser visto facilmente e usado de forma frequente, é bem vindo.

“Meu apartamento não tem entocas, lugares de difícil acesso. Eu tenho armários em todos os cantos possíveis, mas para não ficar pesado, cansativo, todos eles têm um toque de decoração, de personalidade. Eu tenho tudo à mão, todos os espaços são aproveitados, nada é inútil”.

O apartamento é predominantemente cinza, levemente puxado para o bege e com mais revestimentos do que pintura nas paredes para não precisar de muitos artigos de decoração. Ao ver as fotos, é possível perceber a predominância de tijolinhos, madeira, cimento queimado, enfim, uma composição aconchegante, mesmo sem objetos pendurados.

– Sala e parte da cozinha

Rotina (ou não)

Thai, como é chamada, não se mantém numa rotina por muito tempo em função das demandas do trabalho. “Eu vivo em ciclos. Há dias em que dá super certo seguir a rotina, há dias em que as coisas precisam ser adaptadas”.

Quando “dá super certo”, ela acende um incenso logo que acorda, toma um café preto, segue para o treino (às vezes intenso, às vezes moderado, a depender do seu momento de vida), faz uma alimentação mais reforçada ao voltar, prepara a sua estação de homeoffice ou vai para o escritório onde trabalha. Ao retornar, gosta de fazer uma leitura e procura não levar o celular para cama.

Essencialismo

Fato é que, dentro ou fora da rotina, o apartamento passou a influenciar a forma como Thai encara a vida. “Eu nunca fui a pessoa mais organizada do mundo. Quando eu saí da casa de minha mãe, eu finalmente passei a entendê-la. Hoje, eu sinto que organizar a vida adulta parte de você organizar a sua casa. Se o meu apartamento não está organizado, o dia não flui”.

Essas escolhas mais conscientes vieram efetivamente com a utilização do apartamento. “O que eu compro em termos de decoração, louça, acessórios de cozinha, roupas, bolsas – tudo isso vai ser alocado dentro dos espaços, então hoje em dia em penso muito na hora das compras. Se eu tenho espaço para X coisas, eu não vou comprar X + 10”.

– Cozinha

Homeoffice

Para que o trabalho fluísse com mais tranquilidade, Thai optou por uma mesa iluminada, organizada, com poucas interferências e longe dos seus locais de descanso. “A sensação é de olhar e entender que ali é lugar de concentração”.

Receptiva ao modelo híbrido de trabalho, ela explica que o homeoffice traz equilíbrio para a sua rotina, porque é uma enorme oportunidade de solitude. “Quando eu preciso lidar com casos que requerem uma análise minuciosa, é lá que eu fico. Além disso, evito trânsito e otimizo o tempo da maneira que melhor me convém e não da forma como a vida dita”. Segundo Thai, é possível ter pequenas pausas para resolver questões importantes, que vão deixar o dia mais dinâmico, sem a sensação de estar presa.

– Estação de trabalho